Mais do que mexer nos escalões do IRS, o Governo deveria aliviar os contribuintes através de uma revisão das tabelas de retenção na fonte, defende o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rogério Fernandes Ferreira. “Cada vez é maior o número de contribuintes a receber devoluções anuais de IRS.
É um escândalo, porque corresponde a um empréstimo público forçado que o Estado anda a fazer há anos com retenções na fonte mensais, mais elevadas do que o que seria necessário”, diz o fiscalista, que lembra que a medida tem, ainda, a vantagem de “não ter efeito no défice no ano seguinte”, porque os reembolso diminuem. Já Francisco Mendes da Silva, da equipa fiscal da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (MLGTS), considera que as mexidas nos escalões do IRS e a anunciada intenção do Governo em aumentar a progressividade deste imposto “não vai trazer nem justiça fiscal nem social”.